O luar clareava teu rosto e eu tentava adivinhar qual a extensão do teu riso naquele momento. Eu, inocente, te dizia mil bobagens e você se deliciava com todas elas tal qual uma criança no parque de diversões. Caminhávamos deixando rastros na areia, de mãos dados e corações tão unidos quanto possível. Você era minha e eu não queria outra coisa senão continuar amando você.
As pessoas nos olhavam num misto de respeito e curiosidade. Quem éramos? Dois jovens com espíritos infantis descobrindo o amor. O primeiro amor. Nos diversos passeios que dávamos por praças floridas, as conversas giravam em torno sempre dos mesmos assuntos: nós dois e a eternidade.
Quando reclusos às quatro paredes de nossa intimidade, sua pele de tom pálido com poros dilatados diziam aonde eu deveria ir. Como um maestro, eu conduzia nossa volúpia e me embriagava em seus gozos de carnes trêmulas. Eram todos meus. Dançávamos nossa própria melodia de sonhos e desejo.
Nunca antes sonhei ser tão feliz, tão pleno. Sempre julguei isso algo incontestavelmente distante; nada me faria crer que um dia eu amaria tanto o cheiro de uma única mulher. Depois de anos esse amor continua sendo minha fonte de inspiração, meu próprio respirar. Quem um dia poderia imaginar tal coisa? A vida tem seus mistérios.
A beleza do "dois"
ResponderExcluir"eu e você", "ele e ela", tanto faz pois
um é incompleto,
dois é perfeito
três é desespero
quatro... bem quatro eu nunca vejo
afinal tudo vem aos pares
entao o "dois" é capaz de mudar os ares
André Dias