sábado, 13 de março de 2010

Roxanna


Seu cabelo vermelho, seus olhos felinos. Lembro-me bem da primeira vez que te vi, Roxanna. Começava ali o meu caos e eu sequer me dei conta disso. Ao contrário, me senti flutuar aspirando o enigmático olor que exalavam seus poros.

Caí em sua teia como a presa mais fácil de ser capturada e você fez de mim um pequeno joguete, manipulando-me de acordo com suas necessidades. Sua ingratidão me consome até hoje. Sua traição me deixa desconcertado. Sua baixeza, Roxanna. Sua pequeneza e minha maneira imbecil de te perdoar sempre.

Como pôde ser tão cretina? Seu comportamento execrável diante de tudo aquilo que eu tinha como importante. Sua falta de tato, de bom senso. Como pude ser tão tolo? Deixei-me levar por seu sorriso juvenil, o toque de cetim de suas mãos e seus beijos; meus infortúnios não poderiam ser maiores.

Hoje, Roxanna, com a senilidade se apossando de minha alma como uma onça à espreita da caça, recordo-me de como sorria ao lado teu e de como aquele castelo de espuma que você criou para mim parecia uma idílica tarde de primavera em minha vida tão cansada. Hoje só te odeio por te amar demais.








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